O deputado Danilo Cabral (PSB-PE) votou contra o relatório da MP
746/2016, da reforma do Ensino Médio. Ele defende que o texto deve
ser aperfeiçoado principalmente em relação ao financiamento do
Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral.
Apesar de o relator Pedro Chaves (PSC-MS) ter estendido o prazo de
quatro para dez anos de apoio do Governo Federal aos estados, o
deputado afirma que o fomento da política de ensino integral só
será bem-sucedido se os recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb) forem complementados.
Segundo Danilo Cabral, haverá um incremento nas responsabilidades
dos estados na manutenção do ensino integral e isso exige mais
recursos. Ele citou o exemplo da instituição das cinco opções dos
itinerários formativos. “Os estados não terão como oferecer isso
aos alunos sem a contrapartida do Governo. A manutenção do ensino é
custeada pelo Fundeb, que não vai receber nenhum Real a mais com
suas novas atribuições. Sem ampliarmos os recursos do Fundeb, não
conseguiremos avançar na educação brasileira”, afirmou.
Outra preocupação do deputado foi em relação à alimentação
dos alunos matriculados em jornada integral, que passarão a contar
com três refeições. O relator, inicialmente, considerou que os
recursos de apenas R$ 0,30, recebidos por aluno/dia, no âmbito do
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e estabeleceu que
essas despesas fossem custeadas também pelo Fundeb. O senador Pedro
Chaves, após ouvir ponderações dos integrantes da Comissão,
retirou a alimentação do Fundeb. “Mas ele não explicou como a
alimentação será financiada. Mais uma vez, estamos transferindo a
responsabilidade para os estados sem contrapartida financeira”,
criticou.
Foto: Lúcio Bernardo Junior/ Câmara dos Deputados
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