Nascida em 7 de abril de 1950, em São Bernardo, e descendente de italianos, dona Marisa foi a penúltima filha da família. Sua mãe, Regina Rocco, teve quinze filhos, mas três morreram no parto. A família morou em um sítio até por volta de 1955, quando as irmãs foram trabalhar com tecelagens. Os irmãos estavam procurando emprego e a família toda foi morar no bairro Assunção, em uma casa grande, porém com água de poço.
A ex-primeira-dama começou a trabalhar aos nove anos tomando
conta dos filhos de um dentista. Aos 13 anos, tirou uma carteira de trabalho
especial para menores de idade para trabalhar em uma fábrica de chocolates,
embalando bombons. Ficou na empresa, a Dulcora, por oito anos.
O primeiro casamento de Marisa durou apenas seis meses. O
motorista de caminhão e taxista Marcos Cláudio da Silva, com quem ela se casou
aos 19 anos, havia sido morto a tiros durante um assalto quando ela estava
grávida.
Ela então conheceu Lula devido a uma burocracia que precisava
cumprir para receber a pensão. O então futuro presidente trabalhava no serviço
de assistência social do sindicato, onde ela precisou ir para pegar um carimbo
para recolher o benefício, e inventou etapas a mais como desculpa para ficar o
contato da jovem.
De acordo com relatos de Marisa, Lula também agiu de forma
determinada para conquistá-la, chegando a suplantar o namorado que ela tinha na
época.
Mais tarde, Lula explicaria a Marisa que, sendo um jovem
viúvo (sua primeira mulher, Maria de Lourdes da Silva, contraiu hepatite quando
estava grávida de sete meses e morreu quando ele tinha 25 anos), estava à
espera de uma 'viúva novinha' para formar um novo par.
Tiveram o primeiro filho juntos nove meses depois do
casamento. Depois de um ano de casados, em 1975, Lula ganhou a eleição para a
presidência do sindicato. Anos depois, ele adotou o primeiro filho de Marisa
Letícia, Marcos Cláudio Lula da Silva.
Mãe de quatro filhos - Marcos Cláudio, Fábio Luis, Sandro Luís e Luís Cláudio
Ao longo de sua vida, a ex-primeira-dama preferiu manter-se
afastada da imprensa e dos holofotes, mesmo diante da crescente exposição do
marido, que foi eleito presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC após um
ano de casamento e seguiu carreira política até chegar à Presidência da
República.
Apesar da reserva, não deixou de participar da vida política
do ex-presidente ou de fazer a militância própria, inclusive durante a ditadura
militar. Quando Lula e outros líderes metalúrgicos estavam presos, em 1980,
Marisa Letícia transferiu a sede do sindicato, que havia sofrido uma
intervenção, à sala de sua casa e ajudou a organizar passeatas de mães e filhos
de metalúrgicos.
Admitiu que chegou a ter medo da repressão, principalmente
pelos filhos, mas disse não ter se acanhado. "Aquilo tudo foi deixando um
sentimento de revolta em mim. E para mudar, alguém tinha que enfrentar aquela
situação", afirmou, em rara entrevista realizada e divulgada pela
assessoria da campanha presidencial de Lula em 2002.
Marisa Letícia virou, em 2016, ré em duas ações na Operação Lava Jato. Mas, diferentemente do marido, absteve-se de fazer comentários públicos. A defesa nega que ela tenha cometido ilegalidades.
Os médicos descobriram um quadro de trombose venosa profunda
nos membros inferiores da esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e,
na última quinta-feira, o hospital havia informado que fora identificada uma
"ausência de fluxo cerebral".
Nesta sexta, os médicos constataram a morte cerebral e
fizeram os preparativos para a doação dos órgãos de Marisa Letícia, que foi
autorizada pela família.
"A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva faleceu
nesta sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017, às 18:57. O velório será neste
sábado, das 9h às 15h, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dona Marisa Letícia se conheceram. O
Sindicato fica na Rua João Basso, 231, em São Bernardo do Campo", divulgou
o perfil oficial do ex-presidente no Facebook.
Após a confirmação da morte de Marisa Letícia, o presidente
Michel Temer divulgou nota de pesar e decretou três dias de luto oficial.
Em redes de
relacionamentos é possível ver o ódio e insatisfação de muitos brasileiros para
com aquela que foi o alicerce de um dos maiores mitos da história de um país
passivo.
Achar bom, zombar da morte e da dor alheia é um ser desprezível. Certamente, já está morto.
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