Não está nos planos do Governo do
Estado de Pernambuco reduzir a alíquota de Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) presente nos combustíveis, diferente do que
anunciou ontem, dia 24, o governo do Rio de Janeiro, que baixou o tributo de 16%
para 12%, mesmo valor praticado em São Paulo. A redução poderia viabilizar a
redução no preço final dos combustíveis para todos os Pernambucanos.
O ICMS é a principal fonte de receita
estadual e o segmento de combustíveis apresenta a maior arrecadação,
correspondente a 20% do total. A posição de Pernambuco de não baixar a alíquota
é corroborada por outros Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (com exceção
do Distrito Federal), cujos secretários da Fazenda nem sequer devem comparecer
hoje à reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), segundo
informações de bastidores. A tributação estadual está na pauta do encontro, que
será aberto pelo atual presidente da República Michel Temer, do MDB.
“Nenhum dos itens da pauta dos
caminhoneiros em greve se refere ao Governo Estadual. Em Pernambuco, o
transporte de carga interno e o transporte público são isentos de ICMS. A
redução do ICMS poderia afetar outros serviços, como educação e saúde. Os
Estados já vivem em dificuldade por conta da crise criada pelo governo
federal”, afirmou o secretário da Casa Civil, André Campos, em coletiva de
imprensa ontem à tarde, antes do anúncio do acordo firmado entre o Governo
Federal e os Caminhoneiros.
A principal causa apontada pelo
Estado para o aumento exorbitante do preço do diesel é a revisão da política de
preços da Petrobras, em julho de 2017. Desde então, os preços brasileiros
acompanham a cotação internacional. Como resultado das mudanças, o diesel subiu
56,5%, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Pelo
menos 50% do preço do diesel correspondem ao que a Petrobras cobra nas
refinarias. Além disso, 13% são tributos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e
18% se referem à cobrança de ICMS. O resto corresponde ao custo do biodiesel,
que é misturado ao diesel, e à margem de lucro das distribuidoras e dos postos
de combustíveis.
Em 2016, o Governo Paulo Câmara
aumentou a alíquota do diesel de 17% para 18%. A previsão é de que a partir de
2020, o percentual volte aos 17%. Em ofício enviado ontem ao governador Paulo
Câmara, a deputada estadual pelo DEM, Priscila Krause solicitou antecipar a
redução das alíquotas de ICMS, de acordo com ela: “com a brevidade possível”. A
Secretaria da Fazenda do Estado afirma que, “ao contrário do governo federal,
que, através da Petrobras, adota política de preços insegura e que
impossibilita programação financeira por parte dos contribuintes, a Sefaz-PE
entende que a discussão deve ser feita de maneira planejada, compreendendo as
despesas públicas”.
Serviços - Durante a
coletiva de ontem, dia 24, o Governo do Estado garantiu que, apesar da greve
dos caminhoneiros, os serviços essenciais, como saúde, segurança e educação,
estavam garantidos. Em relação à segurança, o secretário de Defesa Social, Antônio
Pádua, garantiu que as polícias e os Bombeiros operam normalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para nós. Deixe-o aqui e participe desse universo onde a opinião de cada um tem o poder de fazer as coisas ficarem sempre melhores.