A apresentação em Garanhuns da peça “O Evangelho Segundo
Jesus, Rainha do Céu“, em que Jesus é uma travesti, continua rendendo uma
desnecessária quebra de braço aonde supostamente, existe preconceito,
religiosidade e um vasto de necessidade de respeito. Ações judiciais, ação policial, tudo isso computa o desgaste
que essa peça trouxe à cidade. Onte, sexta-feira, 27, em um intervalo de cinco
horas, a peça foi proibida no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) permitida, já realizando duas apresentações e deverá ser exibida dentro da programação oficial do
evento neste sábado(28), último dia da edição deste ano do polêmico festival.
De acordo
com informações da Rádio Jornal Garanhuns, o Presidente em Exercício e Primeiro
Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Desembargador Cândido
Saraiva, manteve a decisão do Desembargador Sílvio Neves Baptista Filho,
deferida na última quinta-feira, dia 26, e determinou que haja a reinclusão da
peça à programação do FIG ainda hoje, sábado, dia 28, último dia do evento.
Caso a medida seja descumprida, o Estado e a Prefeitura terão que pagar multa
de R$ 50 mil.
O
imbróglio começou no início da noite. Após a apresentação independente das 17h
desta sexta-feira da peça, financiada pela renda adquirida em uma vaquinha
online, oficiais da Justiça Federal de Pernambuco cumpriram decisão do
desembargador Roberto da Silva Maia, emitida no início da noite, contrariando
decisão anterior da justiça. Palavrões e tumulto fizeram parte do mandado. Sob gritos
dos espectadores de “Não vai ter censura”, “Fascistas, vocês não representam o
FIG”, os agentes da Justiça recolheram luz, som, toldo e cadeiras, que
serviriam de apoio ao espetáculo e que pertenciam à Fundarpe, a organizadora
principal do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG)
“A gente alugou o espaço, que é privado, e a Fundarpe, como
foi obrigada a reinserir o espetáculo na grade, aproveitou nossa produção e o
nosso espaço para vir com parte da produção dela. E é essa parte da parte dela
que eles [oficiais] estão retirando e a gente não quer nada da Fundarpe aqui. A
gente quer fazer uma apresentação totalmente independente. A Fundarpe cedeu
algumas cadeiras, um toldo. Eles podem levar o que quiserem. A gente faz no
escuro, a gente assiste em pé, a gente faz do jeito que der, mas esta peça vai
acontecer e Renata [Carvalho, a protagonista da peça] vai falar porque as
travestis vão falar sim”, relatou um dos organizadores do financiamento
coletivo, o jornalista Chico Ludermir, que participou de entrevista coletiva
sobre a peça, na tarde desta sexta.
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