sábado, 28 de julho de 2018

JUSTIÇA DETERMINA NOVA APRESENTAÇÃO DA PEÇA "O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO A RAINHA DO CÉU"




            A apresentação em Garanhuns da peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu“, em que Jesus é uma travesti, continua rendendo uma desnecessária quebra de braço aonde supostamente, existe preconceito, religiosidade e um vasto de necessidade de respeito. Ações judiciais,  ação policial, tudo isso computa o desgaste que essa peça trouxe à cidade. Onte, sexta-feira, 27, em um intervalo de cinco horas, a peça foi proibida no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG)  permitida,  já realizando duas apresentações e deverá  ser exibida dentro da programação oficial do evento neste sábado(28), último dia da edição deste ano do polêmico festival. 

              De acordo com informações da Rádio Jornal Garanhuns, o Presidente em Exercício e Primeiro Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Desembargador Cândido Saraiva, manteve a decisão do Desembargador Sílvio Neves Baptista Filho, deferida na última quinta-feira, dia 26, e determinou que haja a reinclusão da peça à programação do FIG ainda hoje, sábado, dia 28, último dia do evento. Caso a medida seja descumprida, o Estado e a Prefeitura terão que pagar multa de R$ 50 mil.

             O imbróglio começou no início da noite. Após a apresentação independente das 17h desta sexta-feira da peça, financiada pela renda adquirida em uma vaquinha online, oficiais da Justiça Federal de Pernambuco cumpriram decisão do desembargador Roberto da Silva Maia, emitida no início da noite, contrariando decisão anterior da justiça. Palavrões e  tumulto fizeram parte do mandado. Sob gritos dos espectadores de “Não vai ter censura”, “Fascistas, vocês não representam o FIG”, os agentes da Justiça recolheram luz, som, toldo e cadeiras, que serviriam de apoio ao espetáculo e que pertenciam à Fundarpe, a organizadora principal do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG)

“A gente alugou o espaço, que é privado, e a Fundarpe, como foi obrigada a reinserir o espetáculo na grade, aproveitou nossa produção e o nosso espaço para vir com parte da produção dela. E é essa parte da parte dela que eles [oficiais] estão retirando e a gente não quer nada da Fundarpe aqui. A gente quer fazer uma apresentação totalmente independente. A Fundarpe cedeu algumas cadeiras, um toldo. Eles podem levar o que quiserem. A gente faz no escuro, a gente assiste em pé, a gente faz do jeito que der, mas esta peça vai acontecer e Renata [Carvalho, a protagonista da peça] vai falar porque as travestis vão falar sim”, relatou um dos organizadores do financiamento coletivo, o jornalista Chico Ludermir, que participou de entrevista coletiva sobre a peça, na tarde desta sexta.

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