terça-feira, 17 de julho de 2018

RENATA ALEXSANDRA SE TORNA A 1ª TRANSEXUAL, EM GARANHUNS, A TER DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO LEGALIZADOS





         Finalmente, e através da  1ª Vara da Família de Garanhuns que autorizou a transsexual Renata Alexsandra Gonçalves de Souza,  a alterar seu nome e o sexo presentes em seus documentos civis que Renata agora pode comemorar sua condição de mulher. Até março de 2018, isso só era possível se a pessoa passasse por uma cirurgia de mudança de sexo, mas, em decisão unânime, o STF acabou com essa obrigatoriedade, além de dispensar do interessado que este entre na justiça para conseguir o benefício.

                É o primeiro caso registrado em Garanhuns, disse Renata no Programa Espaço Antena, a Selma Mello. Nascida pelo nome de Renato Alexsandro Gonçalves de Souza, onde viveu muitos anos com essa identificação, cresceu, casou-se muito cedo e formou uma unida família, Porém sofreu as angústias inerentes de quem traz no corpo os desejos e a identificação de uma imagem feminina sendo, inclusive, obrigada a sair de casa aos 14 anos para fugir das investidas violentas de seu genitor que não aceitava sua condição.  Aos 18 anos, se separou da mulher e foi viver com o atual companheiro, com quem tem uma união estável de 24 anos e que será legalmente reconhecida no final do ano, quando pretende casar como é o sonho de muitas mulheres.

"Passei por vários constrangimentos. Esse foi um dos motivos pelo qual resolvi mudar a documentação. Isso ocorria principalmente nas consultas em clínicas e laboratórios. Eu mulher, vestida mulher, quando chegava a minha vez, a recepcionista chamava, Renato e eu, e até as próprias moças, ficávamos constrangidas", revelou Renata.  Ainda segundo ela, seus genitores até hoje não aceitam a sua orientação sexual.


     No Fórum, entre  suas testemunhas, estava sua filha que fez questão de participar da audiência de mudança de documentação. "Eu o aceito, ele é meu pai e se ele é feliz assim, eu também sou. O que vale é meu respeito por ele independente de sexo ou nome", disse sua filha feliz e satisfeita com a felicidade do seu pai. A transexual, que hoje está com 40 anos, ainda revelou que se dá bem com todos os filhos e com a ex-mulher, mantendo com eles, um respeitoso e amoroso contato.

        Renata tem grandes serviços prestados à comunidade; participa da Rede das Mulheres Negras, é integrante da comunidade LGBT e está em seu terceiro mandato como síndica da Quadra X do condomínio Manoel Camelo, onde exerce uma liderança atuante sendo responsável por 248 apartamentos.  "Meu objetivo é mostrar que temos direitos iguais e nunca desistimos", finalizou com sorrisão de felicidade e o convite para que nós não faltemos ao enlace.

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