Finalmente, e
através da 1ª Vara da Família de
Garanhuns que autorizou a transsexual Renata Alexsandra Gonçalves de Souza, a
alterar seu nome e o sexo presentes em seus documentos civis que Renata agora pode comemorar sua condição de mulher. Até março de
2018, isso só era possível se a pessoa passasse por uma cirurgia de mudança de
sexo, mas, em decisão unânime, o STF acabou com essa obrigatoriedade, além de
dispensar do interessado que este entre na justiça para conseguir o benefício.
É o primeiro
caso registrado em Garanhuns, disse Renata no Programa Espaço Antena, a Selma
Mello. Nascida pelo nome de Renato Alexsandro Gonçalves de Souza, onde viveu
muitos anos com essa identificação, cresceu, casou-se muito cedo e formou uma unida
família, Porém sofreu as angústias inerentes de quem traz no corpo os desejos e
a identificação de uma imagem feminina sendo, inclusive, obrigada a sair de
casa aos 14 anos para fugir das investidas violentas de seu genitor que não aceitava sua
condição. Aos 18 anos, se separou da mulher e foi viver com o atual
companheiro, com quem tem uma união estável de 24 anos e que será
legalmente reconhecida no final do ano, quando pretende casar como é o sonho de
muitas mulheres.
"Passei por vários constrangimentos. Esse foi um dos
motivos pelo qual resolvi mudar a documentação. Isso ocorria principalmente nas
consultas em clínicas e laboratórios. Eu mulher, vestida mulher, quando chegava
a minha vez, a recepcionista chamava, Renato e eu, e até as próprias moças, ficávamos
constrangidas", revelou Renata. Ainda segundo ela, seus genitores até hoje não
aceitam a sua orientação sexual.
No Fórum, entre suas testemunhas, estava sua filha que fez
questão de participar da audiência de mudança de documentação. "Eu o aceito,
ele é meu pai e se ele é feliz assim, eu também sou. O que vale é meu respeito
por ele independente de sexo ou nome", disse sua filha feliz e satisfeita com a felicidade do seu pai. A transexual, que hoje está com 40
anos, ainda revelou que se dá bem com todos os filhos e com a ex-mulher, mantendo com eles, um respeitoso e amoroso contato.
Renata tem grandes serviços prestados à comunidade; participa
da Rede das Mulheres Negras, é integrante da comunidade LGBT e está em seu
terceiro mandato como síndica da Quadra X do condomínio Manoel Camelo, onde
exerce uma liderança atuante sendo responsável por 248 apartamentos.
"Meu objetivo é mostrar que temos direitos iguais e nunca
desistimos", finalizou com sorrisão de felicidade e o convite para que nós não faltemos ao enlace.
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