A crise no Partido Social Liberal (PSL) vai muito além da
capital federal. A questão invadiu o território digital. É o que reforça
recente pesquisa realizada pela Refinaria de Dados, startup de inteligência
analítica, sobre o impacto da disputa nas redes sociais. Dos mais de 380 mil
usuários analisados nas redes quanto ao tema PSL, cerca de 97% são apoiadores
do presidente Jair Bolsonaro e apenas 3% são pró-PSL. A discrepância nos
números mostra o tamanho do exército digital a favor do presidente, movimento
que ocorre desde o período pré-eleitoral.
Entre os 370 mil perfis avaliados que apoiam Bolsonaro, o
índice de missing (perfis sem informação) chega a 37%, sendo que 87% do total
de missing apresentam ações suspeitas como robôs. Ainda dentro do universo dos
37%, cerca de 39% são contas estrangeiras, que com exceção das hastags usadas
(#bolsonaro # BolsonaroEstamosContigo #bolsonaro2022 e
#bolsonaroorgulhaobrasil), nunca publicaram uma palavra em português, inclusive
algumas foram atreladas a perfis de spam de conteúdo pornográfico.
Outra informação relevante levantada pela pesquisa é que
muitos perfis são cadastrados em países diferentes de suas atuais
conexões/postagens. Os horários de postagens e réplicas dos perfis não
coincidem com os horários comerciais (e de audiência) de seus países de origem,
e sim do Brasil. Um fato curioso também é que o aumento de visibilidade dessas
hashtags sobem 80 vezes mais rápido do que as alimentadas de forma orgânica.
"A forma como capturamos as atividades dessas contas
abrange a análise das palavras contidas na publicação por meio de algoritmos,
horário, localização e pré-disposição de termos dentro da postagem. Possuímos
uma inteligência artificial capaz de distinguir o aleatório do programado. Não
é algo fora do comum contas inválidas ou bots no meio em que trabalhamos, mas o
número total e a velocidade com que determinadas postagens alcançaram números
altos nos chamaram atenção para entender o que estava acontecendo",
destaca Gregório Gomes, fundador e CTO da Refinaria de Dados.
O perfil dos apoiadores do presidente em meio à crise
partidária é formado, em sua maioria, por homens (64%) entre 26 e 35 anos e com
ensino médio completo (32%). Entre as figuras públicas que têm em comum,
destacam-se além do próprio Bolsonaro (49%), os apresentadores Danilo Gentili
(32%) e Luciano Huck (27%).
Já o perfil das pessoas que defendem o PSL é composto por
grande representatividade feminina (69%), com idade entre 36 e 55 anos (39%) e
ensino superior completo (33%). No quesito figuras públicas em comum, o quadro
apresenta pequenas mudanças: Bolsonaro (59%) e os apresentadores Danilo Gentili
(26%) e Silvio Santos (37%).
Noelia Brito
https://www.blogdanoeliabrito.com/2019/10/pesquisa-aponta-suposto-esquema-de.html?m=1
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