Débora Spitzcovsky 15 de maio de 2014
Em 12 de junho, os olhares do mundo inteiro estarão voltados para o Brasil – mais especificamente para o Estádio do Itaquerão, em São Paulo. Os torcedores estarão ansiosos para assistir ao primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014, mas acabarão presenciando também um dos mais recentes progressos tecnológicos feitos pela medicina.
Durante a abertura do evento esportivo, o pontapé inicial na bola será dado por um brasileiro paraplégico, que estará de pé e andando (!). O episódio só será possível graças ao trabalho do neurocientista paulistano Miguel Nicolelis, que desde 2003 estuda como fazer um exoesqueleto mecânico capaz de devolver os movimentos para pessoas com limitações físicas.
A ideia do pesquisador era criar uma estrutura que envolvesse o membro paralisado do usuário – no caso do paraplégico, as pernas – e se movimentasse a partir de comandos dados pelo próprio cérebro da pessoa. Mais de 10 anos depois, o projeto se concretizou, graças à iniciativa The Walk Again – uma parceria entre instituições de pesquisa dos EUA, Suíça, Alemanha e Brasil, que mobilizou mais de 100 cientistas, comandados por Nicolelis.
O exoesqueleto será apresentado ao mundo durante a abertura da Copa do Mundo, mas depois do evento esportivo continuará rendendo bons frutos para o Brasil: três unidades do equipamento serão trazidas da Europa para São Paulo, para serem usadas na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
Para atiçar a curiosidade do público, Nicolelis divulgou um vídeo em seu Facebook, em que mostra o exoesqueleto andando pela primeira vez. São só seis passos, mas que têm muito valor para quem estava condenado a não andar nunca mais.
Foto: Divulgação/©The Walk Again Project
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