Parte dos políticos de Garanhuns resiste ao nome de Antônio João
Política é uma arte. Há quem diga que é um jogo também. Em sendo assim, ganha quem pensa melhor, quem move a peça certa na hora correta. Pensar significa agir com a razão e não com a emoção.
Alguns detalhes precisam ser observados no meio desta turbulência que virou o processo sucessório em Garanhuns.
Por exemplo: Izaías teve uma reação imediata quando soube que Antônio João transferiu o domicílio eleitoral para Garanhuns. Ao jornalista Inaldo Sampaio ele disse que a partir daquele momento, seria candidato de todo jeito. Isso no blog.
Já na coluna do respeitado jornalista, na Folha de Pernambuco, o mesmo Izaías disse que “eles iriam ver o que é bom pra tosse”, numa referência aos mentores dessa pré-candidatura de Antônio João, ou seja, o governador.
Depois disso passa então a emitir convites para o lançamento de sua pré-candidatura. Na hora H, muda de idéia e diz que foi a assessoria que errou. Ora, assessor não tem autonomia para emitir convites desta natureza, aliás, é bem típico ao deputado voltar atrás em algumas decisões e jogar a culpa para a assessoria.
Pois bem, isso nos faz entender que Izaías agiu na pura emoção ao dizer que eles iriam ver o “que era bom pra tosse” e que “iria ser candidato de todo jeito”. Uma hora bate no governador, depois recua e diz que continua na base governista. São gestos que nos levam a crer que o deputado fala muitas coisas sem pensar, no calor das emoções.
Já Zé da Luz hoje é o nome mais forte para disputar a prefeitura de Garanhuns. Todas as pesquisas realizadas desde o ano passado indicam isso. Contra fatos não há argumentos. Bartolomeu foi prefeito de Garanhuns e tem a esposa como pré-candidata. Não deixa de ser um nome de peso neste processo de sucessão. Nenhum dos dois compareceu a estes atos promovidos pelo deputado e pelo prefeito.
Talvez estejam agindo com a razão. Afinal, não se tem uma certeza de que Eduardo foi quem mandou Antônio João vim pra Garanhuns. É bom lembrar que Eudson, de Palmeirina e Leonardo Dias de Correntes, também vieram. São três forasteiros, é verdade. Mas este é um tipo de discriminação que pode não render o que se espera.
Até porque esse discurso vai acabar cansando o eleitor. Ainda temos quase oito meses para as convenções. Quando Antônio João for às ruas, pode conseguir tirar essa imagem de forasteiro vendendo a imagem de bom administrador, de salvador da pátria. Numa época em que muita gente vende o voto e o marketing eleitoral “faz milagre”, os Dourado não encontrariam dificuldades para consolidar uma candidatura aqui.
Em 2008, aconteceu em Garanhuns um movimento parecido. Vários partidos se uniram para tirar Luiz Carlos do poder. Os personagens eram os mesmos. Resultado, muitos dos que participaram desses encontros acabaram abraçados com Luiz Carlos. O primeiro deles foi o próprio deputado. E o povo foi junto, ouvindo o refrão da música “deixa o homem trabalhar”.
A SAÍDA
A saída neste caso de Antônio João, talvez seja desconstituir essa imagem de bom moço, que paira sobre ele. Afinal, estamos falando de um péssimo gestor, mal avaliado e que no seu reduto tem fama de perseguidor e de corrupto.
A família dele detém um mandato na Assembléia Legislativa há mais de 30 anos. Quantas vezes Marcantônio Dourado foi à tribuna defender a Fameg? Pedir o Samu para Garanhuns, ou até mesmo um IML?
Essas questões devem ser levadas para a sociedade, que precisa abrir os olhos não apenas para o fato dele ter nascido em Lajedo, o que é o de menos diante dessas questões maiores.
Zé da Luz e Bartolomeu podem estar certos. O discurso de anti-forasteiro e os ataques ao governador sem que haja uma certeza de que ele vai impor um candidato contra a vontade do povo, pode ser um tiro pela culatra.
AS PRESSÕES
Alexandre Marinho, respeitado advogado em nossa cidade, é presidente do PSD (partido da base aliada do governador) e está contra a suposta candidatura de Antônio João. Já recebeu uma advertência, mas não se curvou. Outras advertências também podem acontecer.
Lembram que o Luiz Carlos se elegeu em 2004 pelo PMDB, depois saiu e ficou sem partido? Em cima do prazo de filiações, nenhuma legenda por aqui o aceitava. Quem colocou o prefeito no PDT? José Queiroz e João Lyra Neto. E se eles agora fizerem uma advertência ao prefeito, como o PSD fez a Alexandre Marinho? Será que Luiz também vai resistir ou vai acabar ficando quietinho no lugar dele observando bloco dos Dourado passar?
É uma resposta que deixamos para o eleitor de Garanhuns.
Postado por Jonathan Willian